Estudo revela o jeito certo de treinar seu cão

Estudo revela o jeito certo de treinar seu cão
Estudo revela o jeito certo de treinar seu cão (Foto: Reed Shepherd/Unsplash)

Adotar um novo cão é uma alegria sem fim. Mas, eles também requerem um grande comprometimento. Um cão que fica sem treinar pode acabar tendo problemas de comportamento, que pode deixar você e seu amiguinho de quatro patas estressados.

Veja também:

Conheça as dez raças de cães mais difíceis de treinar
Cães grandes latem menos, são fáceis de treinar e amam crianças, diz estudo
Confira as 15 melhores raças de cães para quem tem crianças em casa

Assim como criar filhos, os donos de animais de estimação precisam descobrir a melhor forma de treinar seus cães, que podem, de fato, agir como crianças.

Para muitos, isso se resume a uma questão fundamental: você recompensa seu cão quando ele tem um bom comportamento na tentativa de reforçar o que é “bom” ou você o pune quando ele faz algo errado para ensiná-lo uma lição?

Um novo estudo publicado na revista PLOS ONE pode ter a resposta: A melhor maneira de treinar seu cão parece ser com reforço positivo por uma razão crucial.

Os pesquisadores estudaram 92 cães em sete escolas de adestramento de cães diferentes em Portugal. Os cientistas observaram três técnicas de treinamento diferentes dependendo da escola:

  • Aversivo – punindo o mau comportamento.
  • Baseado em recompensa – reforçando o bom comportamento com petiscos.
  • Misto – uma combinação dos dois métodos.

Os pesquisadores filmaram as sessões de treinamento e observaram se os cães exibiam comportamentos comuns relacionados ao estresse, incluindo tremores corporais, lambidas de lábios, bocejando, agachando-se e afastando-se do treinador.

Eles também mediram os níveis de cortisol, hormônio do estresse, na saliva dos cães para ver como seus corpos reagiam ao comportamento de punição, que neste estudo incluía puxar a coleira do cão, usar coleiras elétricas ou treinadores inclinados em direção ao cão de forma ameaçadora.

Em seguida, os pesquisadores conduziram um experimento bacana chamado de “tarefa de preconceito cognitivo”, que envolvia colocar tigelas (algumas vazias, outras cheias de comida) para avaliar o estado emocional ou “afetivo” do cão.

Ana Catarina Vieira de Castro, autora principal do estudo, disse à Inverse que esta tarefa analisa como os cães respondem a “situações ambíguas”.

Essencialmente, os pesquisadores ensinaram os cães a esperar que tigelas colocadas em certos locais continham comida ou estavam vazias. Eles então colocaram as tigelas em posições mais “ambíguas” para ver como os cães reagiam após uma sessão de treinamento estressante.

Ao testar os cães dessa maneira, eles puderam determinar que o cão estava com um humor mais pessimista (“copo meio vazio”) ou otimista (“copo meio cheio”), diz Viera de Castro.

“Os cães em um estado afetivo mais positivo ‘veem o copo meio cheio’ e correm em direção às tigelas ambíguas como se contivessem guloseimas; enquanto os cães em estados mentais mais negativos ‘veem o copo meio vazio’ e se movem mais lentamente em direção essas tigelas, não estão convencidos de que vão encontrar um deleite alimentar “, explica Viera de Castro.

O que eles descobriram
(Foto: Pezibear/Unsplash)

Os cães que passaram por métodos de treinamento aversivos exibiram mais comportamentos relacionados ao estresse do que os cães que receberam recompensas. Essas diferenças comportamentais eram claras durante e após as sessões de treinamento, descobriram os pesquisadores.

Os cães que passaram por treinamento aversivo também mostraram níveis mais elevados do hormônio do estresse, cortisol, em sua saliva do que os cães do grupo de recompensa. No geral, os cães do grupo aversivo tiveram seu bem-estar emocional reduzido em comparação com os cães do grupo de treinamento de recompensa, relataram os pesquisadores.

“Desenhando nossas conclusões, confiar puramente em métodos com base em recompensas seria a melhor abordagem para reduzirmos o possível impacto negativo no bem-estar do cão”, afirma Vieira de Castro.

Por que isso é importante?

Os resultados do estudo estão de acordo com pesquisas anteriores, que mostraram que cães que usavam coleiras de eletrochoque para fins de treinamento tinham bem-estar reduzido. Na verdade, as evidências contra os colares de eletrochoque levaram certos países a proibir esses colares.

Onde este estudo difere de pesquisas anteriores é que ele considera que o nível ou proporção das medidas punitivas também é importante. Quanto mais punitivo for o regime de treinamento, mais estressados ​​os cães ficarão, sugerem os dados.

As coisas ficaram mais complicadas quando comparamos o estilo de treinamento misto ao grupo de treinamento aversivo.

Back to top